1) Morfologia e Estrutura
Possuem tamanho oscilante de 125 a 300 nm, são bactérias pleomóficas, que podem adotar diferentes formas. Esses microrganismos apresentam uma parede celular rígida e citoplasma trilaminar que apresenta esterol e que a proporciona flexibilidade. Por esse motivo elas não são afetadas pela coloração de Gram, sendo coloridas ligeiramente pela coloração de Giensa. Também possui um DNA genômico bacteriano pequeno. As colônias de Mycoplasma pneumoniae posum uma superfície granulosa com um centro denso tipicamente alojado ágar (aspecto de ovo frito invertido).2) Mecanismo de Patogenicidade
M. pneumoniae é um patógeno extracelular que adere ao epitélio respiratório por uma estrutura especializada de adesão que se forma em uma extremidade da célula. A estrutura consiste em um complexo de proteínas de adesão, sendo adesina P1 a mais importante, que protege o micoplasma da remoção pelo mecanismo de depuração mucociliar. As estruturas de adesão interagem especificamente com receptores glicoproteicos sinalizados que existem na base dos cílios das células epiteliais (e na superfície de eritrócitos). A citoaderência é seguida pela indução de ciliostase, esfoliação de células infectadas, inflamação crônica e citotoxicidade mediada por peróxido de hidrogênio e outras moléculas reativas, levando ao estresse oxidativo.
Fonte: Google Imagens
Já o teste de amplificação pela reação em cadeia polimerase (PCR) é considerado o padrão ouro para diagnóstico de infecção por esse patógeno, possuindo grande sensibilidade e maior rapidez se comparado à cultura. Apesar disso, ainda apresenta algumas desvantagens, como o alto custo e a não diferenciação entre colonização e doença. A PCR pode ser realizada em escarro, secreção de orofaringe ou nasofaringe, lavado broncoalveolar ou aspirado pulmonar.
Os métodos sorológicos são os mais aplicados no diagnóstico da pneumonia por M. pneumoniae, que tem antígenos lipídicos e protéicos que podem induzir a resposta de anticorpos, permitindo o uso de diferentes técnicas com base nas variações antigênicas, como as técnicas de fixação de complemento, imunofluorescência indireta, aglutinação com partícula ou ELISA.
É importante atenção também ao diagnóstico radiológico, pois os achados da pneumonia M. pneumoniae na radiografia de tórax são inespecíficos e variáveis, sendo apresentados devido a ocorrência de infiltrados intersticiais e condensações lobares ou segmentares, por exemplo.
Mycoplasma pneumoniae é um patógeno extracelular que adere ao epitélio do sistema respiratório por uma estrutura de adesão que se forma na extremidade da célula. Essa estrutura é composta por um complexo de proteínas de adesão, como adesina P1, que se liga aos receptores glicoproteicos sinalizados que estão na base dos cílios das células epiteliais. A seguir ocorre a ciliostase seguida por destruição dos cílios e das células epiteliais ciliadas, o que interfere na limpeza das vias aéreas superiores e facilita a contaminação microbiana e irritação mecênica do trato respiratório inferior. O processo é responsável pela tosse persistente presente em pacientes com a doença sintomática. M. pneumoniae atua como um superantígeno, estimulando células inflamatórias a migrar para o local de infecção e liberar citocinas, inicialmente fator de necrose tumoral‑α (TNF‑α) e interleucina‑1 (IL‑1), e, mais tarde, IL‑6. Esse processo contribui tanto para a eliminação das bactérias como para as características da doença.
Geralmente existem sintomas não específicos da doença e sem muita gravidade como coriza, faringite, tosse, algumas dores, mas sem febre geralmente.
2. Trato respiratório inferior:
Essa infecção normalmente é conhecida como pneumonia atípica e é a forma mais conhecida do M. pneumoniae e se assemelha a causada por outras espécies. No começo são sintomas não específicos, como tosse seca, febre, mialgias e faringite. Apenas 33% dos infectados desenvolvem a pneumonia, e por isso a maioria dos pacientes permanece realizando suas atividades normais. A pneumonia em si é caracterizada por sibilos e infiltrado intersticial no tórax.
3. Manifestações extrapulmonares:
Embora raras, podem ocorrer durante infecções ativas de M. pneumoniae. Os sintomas incluem: síndrome de Guillain-Barre, meningoencefalite, meningite asséptica, erupções cutâneas, pericardite e anemia hemolítica.
Portanto, é imprescindível o cuidado com o paciente infectado, seus objetos pessoais e fluidos corporais. É indicado fazer sempre higiene adequada das mãos; evitar contato com pessoas infectadas; evitar aglomerações; sempre que espirrar ou tossir cobrir boca e nariz, para evitar que gotículas de saliva respinguem em pessoas próximas; além de não fumar, pois o cigarro provoca inflamação nos pulmões e se configura em um ambiente propício para instalação de microrganismos.
Existem vacinas, como a pneumocócica, que não se mostram suficientes para imunizar o indivíduo, mas que podem evitar complicações graves da doença. A vacina antigripal também é recomendada nesses grupos de risco, pois reduz o número de hospitalizações e mortalidade por pneumonia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário